quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Apresentação de final de ano AMA- Jaraguá do Sul

Gente... amei a apresentação dos alunos da AMA no último dia 15!!!

Me emocionei muito em ver todos lá na frente. Achei linda a idéia e acredito que toda essa preparação tenha feito muito bem para os educandos e educadores. Pois afinal é o fruto do nosso trabalho como pais e professores que está demonstrado ali.

Parabéns a toda a equipe da AMA e principalmente às nossas tão amadas “crianças”!!!

Gostaria de compartilhar também com vcs toda a minha satisfação em ver o meu filhotinho lá como um dos Reis Magos. FILHOOOO!!! VC ESTAVA LINDO! A MAMÃE TE ADORA DEMAIS!!! Foi o que me deu vontade de gritar para todo mundo ouvir!

Me sinto muito feliz e realizada no final desse ano, pois sei que foi um ano duro... tivemos muitos obstáculos (falta de tempo, correria, mais um bebezinho para cuidar...), enfim como todos os anos que passaram e todos que virão. Isso não vai mudar! Mas eu volto a dizer que me sinto realizada porque apesar de todos os percalços da vida nós, lá de casa, conseguimos fazer mais e melhor do que o ano passado.

A prova disso está na alegria dos olhos dos meus filhos, na pureza de espírito em que nos conhecemos e nos limites que construímos para continuarmos nos amando e nos respeitando cada vez mais.

E eu digo que os limites não foram impostos por nós, eles apareceram naturalmente em sinal de respeito mútuo... simplesmente em nome do amor incondicional que sentimos!!!

Hoje aprendi que meus filhos não vão corresponder a todas as minhas expectativas... mas isso não quer dizer que eu não deva sonhar....

Hoje sei que a vida nos mostra todas as verdades que precisamos acreditar, basta confiarmos em nós mesmos.

Também aprendi a questionar... questionar muito e a todo tempo, pois sempre que a gente questiona o mundo, as coisas e a nós mesmos, temos a oportunidade de gerar novos conhecimentos e evoluir com eles.

No ano de 2012 não quero mais me contentar com respostas simples e medíocres... principalmente os “Nãos”. Quero inventar o novo e questionar novamente. Quero escolher as minhas verdades, quebrar paradigmas e continuar na busca incessante da cura.

Quero muito, apesar de tudo isso, me dedicar também a conhecer o homem, o comportamento humano e amar todo dia mais que o anterior.

Há... não posso esquecer-me do meu sonho... tenho o sonho de um dia ter ao meu lado uma legião de pais igualmente motivados em buscar novas alternativas de cura para os seus filhos... Será que vc que está lendo REALMENTE vai permitir que isso não passe de um sonho?

Pense nisso,



Um enorme Beijo Alessandra

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Poesia enviada pela Lori Pagno

Nunca pare de sonhar


Havia no alto de uma montanha três árvores. Elas sonhavam com o que iriam ser depois de grandes. A primeira, olhando as estrelas disse: eu quero ser o baú mais precioso do mundo e viver cheia de tesouros.

A segunda, olhando um riacho suspirou: eu quero ser um navio bem grande para transportar reis e rainhas. A terceira olhou para o vale e disse: quero crescer e ficar aqui no alto da montanha; quero crescer tanto que as pessoas ao olharem para mim, levantem os olhos e pensem em Deus.

Muitos anos se passaram, as árvores cresceram. Surgiram três lenhadores que, sem saber do sonho das árvores, cortaram as três. A primeira árvore acabou se transformando num cocho de animais, coberto de feno. A segunda virou um barco de pesca transportando pessoas e peixes todos os dias. A terceira foi cortada em vigas e deixada num depósito. Desiludidas as três árvores lamentaram os seus destinos.

Mas, numa certa noite, com o céu cheio de estrelas, uma jovem mulher colocou o seu bebê recém-nascido naquele cocho. De repente, a árvore percebeu que continha o maior tesouro do mundo. A segunda, certo dia, transportou um homem que acabou por dormir no barco. E, quando uma tempestade quase afundou o barco, o homem levantou-se e disse PAZ!! E, imediatamente, as águas se acalmaram. E a árvore transformada em barco entendeu que transportava o rei dos céus e da terra.

Tempos mais tarde, numa Sexta-feira, a árvore espantou-se quando as vigas foram unidas em forma de cruz e um homem foi pregado nela. A árvore sentiu-se horrível vendo o sofrimento daquele homem. Mas logo entendeu que aquele homem salvou a humanidade e as pessoas logo se lembrariam de Deus ao olharem para a cruz.

O exemplo das árvores é um sinal de que é preciso sonhar e ter fé. SEMPRE !!!

Não importa o tamanho dos sonhos que você tenha, sonhe muito e sempre. Mesmo que seus sonhos não se realizem exatamente como você desejou, saiba que eles se concretizarão da maneira que Deus entendeu ser a melhor para você.

"Uma nuvem não sabe por que se move em tal direção e em tal velocidade. Sente apenas um impulso que a conduz para esta ou aquela direção. Mas o céu sabe os motivos e os desenhos por trás de todas as nuvens, e você também saberá, quando se erguer o suficiente para ver além dos horizontes."

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Final de semana engraçado!!!

Como forma de incluirmos o Gui em ambientes sociais sempre vamos almoçar fora no sábado. E, no sábado passado fomos conhecer um restaurante novo... muito legal por sinal.
O Guilherme já não fica tão agitado em novos ambientes e neste final de ano estamos percebendo uma serenidade que não havíamos visto antes.
Adoramos a comida e o Gui experimentou todos os tipos de saladas. A Laura estava danada, derrubando tudo na mesa... normal para a idade. São uns "marginaizinhos", como sempre brinca a minha mãe!
Mas tem uma coisa que o Gui ainda não perdeu... a fascinação por banheiros. Sempre pede para ir no banheiro quando visitamos um lugar novo. Enquanto não conhece o banheiro, a visita não está completa.
No meio do almoço ele se dirigiu ao banheiro... eu fiquei na mesa, já faz tempo que não fico mais como uma neurótica correndo pelos restaurantes atrás dele... parece que quanto maior a importância que damos ás ações dele, mais ele se aborrece e permanece com comportamento opositor. "Ignorado", ele mantém um padrão normal de comportamento.
Porém, dessa vez estava demorando mais que o normal...
Fui até o banheiro atrás dele para ver o que estava fazendo e pude avistar, pois estava no banheiro masculino, que estava com uma bola de papel nas mãos.
Perguntei: _ O que vc está fazendo filho?
Ele disse: _ Essa droga de máquina está estragada. Toda vez que puxo um papel para secar as mãos, ela manda outro para eu puxar. JÁ ESTOU CANSADO DE TANTO PUXAR ESSES PAPÉIS!!! Risos
(Era uma máquina de papel com sensor de presença)

Ele nunca teria essa oportunidade de aprendizado se estivesse em casa!
Para mim a socialização e o aprendizado acontecem a todo momento, mas nós como pais devemos nos preocupar em proporcionar meios de aprendizado aos nossos filhos.
Se vamos tomar um sorvete, dou o dinheiro ao Gui para que ele administre e converse com o sorveteiro. Se vamos na padaria, ele pede o pão e agradece.
Foram as formas que encontrei até o momento.

Se vcs souberem de outras, por favor, coloquem aqui. Vamos dividir nossas experiências!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Depoimento Roubado

Gente,
Peguei esse depoimento em outro blog e estou colocando aqui porque acho interessante que todos leiam. Esse depoimento mexeu muito comigo!
Um abraço,
Alessandra


Meu nome é Grace Caroline, nasci em 1971,em Curitibanos , no planalto serrano do estado de Santa Catarina, cidade pequena e obviamente muito provinciana.
Em 1976 eu já tinha dois irmãozinhos, uma menina e um menino, atualmente somos uma família com muitos irmãos, é um número bem grande de histórias de vida pra contar.
Mas foi na minha infância que se percebiam os comportamentos mais estranhos.
Eu era uma criança que não se comportava da maneira esperada:
Adorava ficar sozinha.
Não gostava de brincar com meus irmãos por mais divertidos que eles fossem.
Adorava ficar na casa da minha avó materna, pois era enorme e lá eu sempre achava um jeito de me isolar.
Era considerada a criança mais preguiçosa do planeta.
Ah! também era a criança mais antipática da família.
A mais “birrenta” e “chiliquenta”.
Tinha um comportamento considerado adulto.
Odiava qualquer confraternização familiar, até minhas festas de aniversário era motivo de muito sofrimento.
E para piorar tudo eu verbalizava tudo o que pensava, quase sempre contrangendo e ofendendo as pessoas.
Considerada uma criança muito “desenvolvida” para a idade, pelo discurso muito precoce.
Lembro da minha mãe contando que a professora da primeira série a chamou para contar que eu colocava as mãos nos ouvidos por causa da conversa dos colegas, e que eu não me relacionava, então uma coleguinha se aproximou e foi a única amiga que eu tive durante a primeira infância.
Eu também tinha o sono alterado, sofria para dormir.
Sempre dizia para minha mãe que não era deste mundo, que não queria ser assim, que ouvia os sons como se eles fossem mais altos para mim, uma vez eu cheguei a comentar que quando a água do chuveiro caía na minha cabeça o barulho parecia uma multidão de pessoas falando ao mesmo tempo.
Na pré adolescência me enchi de amigos, contava segredos pra todo mundo, dava minha opinião sobre tudo , eu achava que todas as pessoas eram minhas amigas, não via defeito nem maldade em ninguém, um comportamento muito infantil, mas eu entendia que isso era “ser boa”, que acreditar nas pessoas era uma virtude.
Eu lembro de sempre ser obcecada por um dos amigos, eu ficava fascinada e não desgrudava da pessoa até ser rejeitada explicitamente, e sofria muito com isso.
O tempo foi passando e chegou a adolescência, aí aquele “amadurecimento precoce” foi embora e o processo se inverteu, fiquei “infantilizada” quando deveria estar amadurecendo.
A adolescência foi o período onde eu passei a não saber quem eu era, a ser excluída dos grupos onde tentava fazer parte, o meu comportamento sexual e afetivo, era quase sempre inadequado para os padrões.
Por volta dos meus 14 anos eu fui vítima de todo tipo de abuso, enfim o caos foi uma realidade por muito tempo.
Vieram os relacionamentos amorosos, todos muito sofridos.
Aos 18 anos passei no vestibular, aos 21 me formei.
Aos 24 anos tive meu primeiro filho, solteira, consegui ficar com ele por três anos e meio, mas a dificuldade era enorme em todos os sentidos, sofria de depressão, ansiedade, processo confundido com bipolaridade , eu só pensava em morrer, então não consegui e fui embora da cidade deixando meu precioso filho com minha família.
Não era a primeira vez que eu ia embora em busca de ajuda.
Nesta última partida quando deixei meu filho, demorei 6 anos para retornar e foram os seis anos mais complicados, mas foi o começo do fim.
Meu filho sempre foi o meu rumo certo, a minha certeza, o meu destino, o meu motivo para continuar tentando sobreviver neste planeta que até hoje não entendo.
Nessas andanças todas reencontrei origens e refiz contato com meu próprio espírito, que andava recluso e destruído por tanto sofrimento.
Voltei aos 34, casada e grávida da minha filha caçula, que é o anjo enviado para me tirar desta ignorância toda, desta falta de chão que sempre foi a minha vida!
Sobre como e quando foi que recebi o diagnóstico de autismo e o que mudou para mim, o que eu posso dizer é:
Foi no ano passado (2009), com 37 anos.
Minha mãe não achava necessário que eu levasse minha filha ao médico, dizia que o problema da minha filha era ser igual a mim e eu mesma achava que a “sina” da minha filha era padecer como eu.
Quando veio o diagnóstico da minha filha de “autismo clássico de alto funcionamento não verbal” e a única diferença comigo é que eu sou verbal então veio o esclarecimento, eu também sou autista.
A minha filha ainda pode adquirir a linguagem verbal, ela só tem 4 anos.
O que mudou para mim, foi que eu saí de uma condição de ignorância profunda de “mim mesma”, foi um alívio, um sentimento de ter recebido uma “carta de alforria”, foi ter a oportunidade de ficar livre de qualquer jugo ou domínio, oportunidade de ganhar minha independência.
O conhecimento da minha condição de autista, não é uma oportunidade de justificar meus “ERROS”, mas sim a oportunidade de tentar ser aceita do jeito que eu sou, mas não está sendo fácil, porque eu me sinto constrangida, acuada, e ainda não sei lidar comigo mesma, pois até hoje eu fui uma pessoa submissa, dependente, escrava da opinião alheia por não me conhecer, não entender minhas próprias atitudes.
Não sei se vou conseguir ser respeitada algum dia como eu gostaria de ser, mas pelo menos para mim, meu marido e meus filhos foi um alívio!!
E aos 38 anos, criei este blog para tentar organizar minha cabeça, sair desta confusão mental intensa que me faz ficar prostrada diante da vida sempre pedindo para que tudo acabe logo!