segunda-feira, 19 de março de 2012

QUERO SER UM ESCOTEIRO!

Venho tentando há  algum tempo introduzir uma atividade física na vida do Guilherme, pois as que tentei anteriormente falharam.
Natação, futebol e Taeknow Do não interessaram.
Foi então que pensamos nos escoteiros... as regras, a necessidade de obediência, a paciência são qualidades que estamos precisando trabalhar no Gui e que são pilares dos escoteiro.
Neste sábado foi sua primeira experiência. Precisa participar de mais um dia de experiência antes de fazermos a inscrição oficial.
Preparamos o meio de campo, mostramos filminhos de escoteiros, falamos dos desafios e das regras que precisariam ser obedecidas para participar do grupo.
Mesmo assim ele não estava se sentindo seguro. Comentou que os colegas iriam rir dele, pois não tem muita habilidade para realizar as tarefas. Falou várias vezes isso!
Sempre tento passar força nestas horas, mas também estava extremamente nervosa.
Deixei ele lá, conversei com os professores e não me alonguei na despedida para não abrir brecha para desistirmos.
O medo do desconhecido nos pega de surpresa e o luto volta... revivi toda a fase de descoberta da doença, do luto por ter que repensaer os meus sonhos, o medo enorme de bulling, etc...
Das 14:30h às 17:0h a minha cabeça não prestou para mais nada!
Fomos buscá-lo e lá estava ele no canto do campo enquanto as demais crianças ouviam a explicação do chefe!!
Só faltou o meu coração sair pela boca... não imaginava que estivesse tão tensa! Quase comecei a chorar!
Essa cena de ver seu filho à margem é sempre desesperadora.
Esperei a chefe dar um intervalo e fui logo perguntar sobre o desempenho do Gui, se tinha correspondido às atividades propostas, se entendeu os objetivos do grupo e, principalmente se foi compreendido pelos colegas.
Ela me tranquilizou dizendo que ele é um menino muito esperto, que conseguiu sim acompanhar as atividades e que devemos continuar investindo na sua participação no grupo.
Noooosssa, que alívio! Pensei.
Quando vi ele isolado, fantasiei muitas besteiras.. deixei fluir meus medos ao invés de controlá-los. Mas não me culpo por isso. Sou mãe e estou viva, por isso tenho sentimentos que diferem da razão!
Continuamos motivando ele para participar nos escoteiros! Com a razão nos guiando para frente, de modo a enfrentarmos mais esse desafio juntos e com a emoção e o medo do imprevisto!

O autismo nada mais é do que um modo de ser... mas é um modo de ser que me faz repensar sobre o meu modo de ser!!!